segunda-feira, 2 de maio de 2011

Piada, tem limite?

Hesitei sobre este assunto. Estava às voltas com ele desde a semana passada. Tinha desistido e dado por encerrado, mas, deparei-me por mais duas vezes com o mesmo teor.
Piada, tem limite?
Numa tarde chuvosa da semana passada, entrei em uma loja, mistura de eletrônicos com livraria e me chamou atenção um grupo grande de pessoas ao redor de uma tv, em pé, rindo muito, gargalhando.
Juntei-me ao grupo. Era um dvd de um humorista, do que pode se chamar da nova geração. Sem dúvida talentoso, dominava um palco apenas com o microfone e arrancava risos das plateias, de onde fora gravado e dos que estavam em pé ali na loja.
A primeira piada foi engraçada, a segunda também e a terceira, para mim, lastimável.
Opinião contrária de quem assistia ao humorista.
Contava sobre suas experiências sexuais e disse que certo dia resolveu experimentar um preservativo que se dizia com “efeito retardado”. Depois do uso, precisou levar o órgão genital para a APAE pois o mesmo não lhe obedecia, tinha ficado retardado.
Não achei graça e fiquei de alguma forma incomodada com aquilo.
Conversei com algumas pessoas que me disseram que piada era assim mesmo.
Então achei melhor encerrar o assunto.
Num outro momento, encontrei uma matéria na internet e ontem assisti na tv a uma reportagem sobre o assunto envolvendo um humorista e autistas.
Na internet, o que mais me chamou a atenção foram os comentários tecidos a respeito do assunto.
Pai de um garoto autista que disse não se importar.
Avó de outro que disse se importar muito, porque o neto não tem voz, e ela é a voz por ele e seus direitos. E muitos outros, que eu dispendi um tempo a ler e refletir.
Quando adolescente já ri sim de piadas a ridicularizar os outros. Hoje prefiro manter-me longe, porque não consigo mais rir, talvez eu seja chata, crítica demais ou aprendi a me colocar no lugar dos outros, não sei.
Deixo aqui o link se alguém quiser conhecer uma diversidade de comentários.
E a sua opinião, qual é: piada, tem limite? 

4 comentários:

  1. Acredito que deva ter limites...Esses temas por exemplo, não há graça nenhuma brincar com eles...Indignação perfeita! beijos,chica

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  2. O Marcelo Tas falou uma coisa legal a esse respeito. Que é legal usar a visibilidade da pisada na bola para discutir o tema e dar um enfoque mais digno a ele. Mas os humoristas não são tão "do mal" quanto parecem ser nesse caso. Foi só um escorregão, que deve ser e foi retratado pela emissora. Realmente não teve graça nenhuma. O Faustão e o Gugu aprenderam à força como serem respeitosos com as minorias.
    Parabéns por levantar temas assim nos posts!
    bj,
    m.

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  3. Eu sou da geração que respeita e gosta de ser respeitada.
    Não sou idiota, nem quadradinha, mas também não gosto de piadinhas sem noção.
    Tem que ter limite sim, porque rir da deficiência alheia é falta de educação, demonstra total falta de respeito.
    E as pessoas dignas como você se sentem agredidas, desconfortáveis.
    Gostei do post, levanta um assunto bem atual e irritante.
    beijo

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  4. Olá Ana Paula, meu nome é Juliana e cheguei até aqui através do blog da minha mãe, a Ivani do Samambaia.
    Gosto muito de ler seus textos, embora não comente.
    Quanto ao assunto de hoje, eu sou da opinião de que piada é uma delícia e geralmente faz a gente rir até doer a barriga, mas tem limite sim! Como tudo na vida, exige uma certa "temperança", certo?
    Tem tanta coisa gostosa pra fazer piada...pra que tocar em assuntos delicados e polêmicos?
    Adorei o seu texto.
    Virei sempre que puder.
    Um beijo

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